Na 5ª Conapir, Jerônimo Silva Jr. defende mais avanços pela igualdade racial

A CTB está reforçando debates importantes de combate ao racismo e pela igualdade racial na 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir). O evento acontece após sete anos, em Brasília, com 2 mil participantes de todo o país: 1,7 mil delegados eleitos, 200 convidados e 50 observadores. Eles debatem 740 propostas aprovadas nas conferências municipais, estaduais e regionais.

Neste ano, a 5ª Conapir homenageia Luiza Helena de Bairros, mulher negra, intelectual, militante e ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), que transformou as políticas públicas de igualdade racial no Brasil. "Feliz é o presidente que tem um povo como vocês que, se não acreditassem naquilo que sonham, não teríamos feito uma conferência como essa que temos hoje aqui. O Estado não pode ser neutro. É preciso assegurar oportunidades na busca por melhores condições de vida, precisamos dar início a uma reparação histórica" disse o presidente Lula (PT) na abertura do evento.

Para o baiano e secretário nacional de Combate ao Racismo da CTB, Jerônimo Silva Jr, a conferência simboliza a retomada histórica da participação da sociedade nas demandas por políticas públicas de igualdade racial. "A temática racial e a institucionalização das políticas voltadas para a superação das desigualdades raciais são fundamentais para o momento que requer firmeza na tese de não há democracia com um estado não atuante no combate ao racismo e todas as formas correlatas de discriminação. A partir desta conferência, o Brasil tem que avançar ainda mais. Infelizmente ainda somos maiores vítimas de letalidade policial e da lógica perversa da guerra às drogas, que só mata preto e pobre", destacou, ao lado de Nancy Andrade (Federação dos Bancários) e Alielson Alves (SINTTEL), além de sindicalistas classistas de outros estados. 

SUPERAR DESIGUALDADES

Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial", a 5ª Conapir visa estruturar políticas de superação de desigualdades, de enfrentamento ao racismo e de promoção do desenvolvimento socioeconômico justo e diverso, no país que teve cerca de 350 anos de escravidão de pessoas negras.

Segundo a baiana Marina Duarte, coordenadora nacional da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro) e vice-presidência do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), a conferência de 2025 é memória. "Porque marca os 30 anos da Marcha de Zumbi dos Palmares, em 1995, e as duas décadas da primeira Conapir. Mas, a quinta edição da conferência representa também o futuro. Um futuro com reparação, dignidade para o povo negro, que é vida”, afirmou.

com informações da UNEGRO e CTB Nacional